Olá,
pessoal!
Estava com saudades!
Espero que tenham
aproveitado bastante o Feriadão, mas finalmente volto para nosso cantinho,
trazendo desta vez o último livro da Trilogia da Magia, da aniversariante do
mês, Nora Roberts.
Desta vez vamos falar sobre a história
de Mia Devlin, a feiticeira da trilogia que representa o elemento fogo.
A Trilogia da Magia, cujo título
original é Three Sisters Island, conta com o volume 1: Dançando no Ar (Dance
Upon the Air), o volume 2: Entre o Céu e a Terra (Heaven and Earth), ambos
editados originariamente em 2001, e o volume 3: Enfrentando o Fogo (Face the
Fire) de 2002.
Essa série conta a história de três amigas que se vêem, por
vezes juntas outras separadamente, envolvidas em lendas, romances, dramas e muita
magia.
Sua história tem início no final século XVII, um período muito
conturbado para muitas pessoas, que se viam entre as forças da natureza e da
magia e o rigor dos preceitos religiosos, que põem em prática a verdadeira caça
às bruxas.
Trata-se de ficção, claro, mas sabe-se
que durante o domínio cristão houve muitas perseguições a “supostos” hereges e
bruxas de plantão.
Encontrei alguns dados interessantes
sobre esse contexto histórico:
“As feiticeiras de Salem
Há três séculos, o vilarejo de Salem,
na colônia americana da Nova Inglaterra, foi tomado de assalto por uma onda de
intolerância e de fanatismo religioso, vitimando quase vinte pessoas. Esse
infeliz incidente, e a caça às feiticeiras que então se desencadeou, serviu
como um alerta para que os princípios de liberdade religiosa fossem assegurados
na história dos Estados Unidos.
‘É uma certeza que o demônio
apresenta-se por vezes na forma de pessoas não apenas inocentes, mas também
muito virtuosas’ (Rev. John Richards, século XV)
Mister Parris, o pobre reverendo de
Salem, estava exasperado. Betty, a sua única filha de apenas nove anos,
acometida por uma série de estranhos espasmos, jogou-se petrificada sobre o
leito, negando-se a comer. Naquela perdida cidadezinha, ao norte de Boston, não
existiam muitos recursos além de um velho médico que por lá se perdera. Chamado
para diagnosticar a doença, atestou para o aterrado pai que a menina estava era
enfeitiçada e que nada lhes restava a fazer além de uma boa e sincera reza. A
conclusão do doutor correu de boca em boca e em pouco tempo os pacatos
habitantes do pequeno porto tomaram conhecimento de que Satanás resolvera
coabitar com eles.
Simultaneamente outras garotas, as amiguinhas de Betty,
começaram a apresentar sintomas semelhantes aos da filha do clérigo. Rolavam
pelo chão, imprecavam, salivavam, grunhiam e latiam. Foi um pandemônio.
Pressionado a tomar medidas, Parris resolveu chamar um exorcista, um caçador de
feiticeiras, que prontamente começou sua investigação.
No século XVII, poucos punham em dúvida a existência de bruxas
ou de feiticeiras porque uma das máximas daqueles tempos é de que "é uma
política do Diabo persuadir-nos que não há nenhum Diabo".
Inquiridas por Cotton Mather, que iria se revelar uma espécie de
Torquermada americano, as garotas contaram que o que havia desencadeado aquela
desordem toda fora uns rituais de vodu que elas viram Tituba fazer. Essa era
uma escrava negra que viera das Índias Ocidentais, e que iniciara algumas delas
no conhecimento da magia negra. Durante o último longo inverno da Nova
Inglaterra, ela apresentara várias vezes os feitiços para uma platéia de
garotas impressionáveis. Educadas no estreito moralismo calvinista e no ódio ao
sexo que o puritanismo devota, aquele cerimonial animista deve ter despertado
as fantasias eróticas nelas. Provavelmente culpadas por terem cedido à libido
ou apavoradas por sonhos eróticos, as garotas entraram em choque histérico.
Seja como for o caso, merecia ser ouvido num tribunal. Toda a Salem se fez
então presente no salão comunitário.
Quando colocadas num tribunal especial, presidido pelo juiz S.
Sewall, e inquiridas pelos juízes Corwin e Hathorne, as meninas começaram a
apontar indistintamente para várias pessoas que estavam na sala apenas como
curiosas. O depoimento mais sensacional foi o da escrava Tituba, que não só
confessou suas estranhas práticas como afirmou que várias outras pessoas da
comunidade também o faziam
A partir daquele momento, a cidadezinha que já estava sob forte
tensão se transformou. Um comportamento obsessivo tomou conta dos moradores.
Uma onda de acusações devastou o lugarejo. Vizinhos se denunciavam, maridos
suspeitavam das suas mulheres e vice-versa, amigos de longa data viravam
inimigos. Praticamente ninguém escapou de passar por suspeito, de ser um
possível agente do demônio. Não demorou para que mais de 300 pessoas fossem
acusadas de práticas infames. O tribunal que entrou em função em junho de 1692
somente parou em outubro. Resultou que dezenove pessoas foram enforcadas. (http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/feiticeiras.htm)
Olha o perigo de dar muito crédito ao que os
guris contam.
Já falei aqui que comecei a ler a
trilogia pelo livro 2, depois que me toquei (dãah!) de minha falta de foco, saí
a procura dos outros dois; consegui comprar o livro 3, e tive que resistir
bravamente para não lê-lo até encontrar o livro 1.
Olha, isso durou quase um
mês de muita perseverança e saúde mental (???) para aguentar até que consegui
encontrá-lo.
Mia Devlin conhece o verdadeiro amor e
a dor de vê-lo partir. Das três Irmãs, Mia é a mais consciente de seus poderes
e sua força; jamais se envergonhou, temeu ou precisou esconder suas origens.
Poderosa, bela e com instintos de fazer inveja as mais experientes wiccas, ela
teve grandes e intensos momentos de paixão e cumplicidade com Sam Logan, mas se
explicação alguma ele parte da Ilha das Três Irmãs, deixando em seu lugar
desolação e revolta, o que faz com que ela decida-se por seguir seu caminho
sozinha. Anos mais tarde, ele retorna ao seu
lar como novo proprietário da pousada local, com a esperança de reconquista o
afeto e a confiança de Mia. Mas, será mais difícil do que ele imagina.
“Sam dava passos largos, que o levaram rapidamente calçada acima.
Era um homem alto, com mais de um metro e noventa, compleição magra e
disciplinadamente construída, mais acostumado, nos últimos anos, a ternos
bem-cortados, em lugar das calças jeans que estava usando. O casaco preto,
comprido, balançava suavemente com a brisa de maio que o envolvia durante o
caminhar.
Seu cabelo era escuro; agora estava desalinhado pelo vento que o
agitara durante toda a travessia do continente até a ilha e se estendia além do
colarinho. Seu rosto era magro, com as maçãs do rosto bem definidas. Os ângulos
eram atenuados por uma boca bem-esculpida, lábios carnudos, e tudo isso, aliado
às asas pretas dos cabelos que voavam para trás, criava uma imagem dramática.
Seus olhos estavam alertas, enquanto varriam o que tinha sido, e
voltaria a ser, a sua casa. Em um tom que ficava entre o azul e o verde, eram
da cor do mar que rodeava a ilha, emoldurados por cílios e sobrancelhas
escuros.
Sam usava a sua boa aparência sempre que isso lhe era útil, da
mesma forma que empregava o charme ou a impiedade. Quaisquer que fossem as
ferramentas que lhe caíssem nas mãos, sem dúvida as usava para atingir o
objetivo principal. Já aceitara o fato de que precisaria de tudo o que
conseguisse colocar à sua disposição a fim de cativar Mia Devlin.”
Realmente a tarefa não será nada
fácil, pois para chegar até Mia, além de ultrapassar as barreiras que ela lhe
impõe (com a argamassa que ele mesmo ajudou a colocar) terá que estabelecer uma
conexão com suas Irmãs, o que será ainda mais complicado, porém hilário. Tanto
Nell quanto Ripley tornam-se verdadeiros cães de guarda para proteger a amiga
desse “canalha”.
“Amigas bem-intencionadas, pensou Mia, eram uma verdadeira bênção.
Mas também uma maldição. Naquele momento, duas delas estavam se acotovelando
dentro de seu escritório.
— Acho que você devia dar um chute na bunda dele — anunciou Ripley.
— Aliás, eu já pensava nisso há dez anos.
Onze, corrigiu Mia, em pensamento. Haviam se passado onze anos, mas
quem estava contando?
— Chutar o traseiro dele iria fazê-lo se sentir muito importante. —
Nell empinou o nariz para cima. — Seria melhor se Mia o ignorasse por completo.
— Não se pode ignorar uma sanguessuga colada em você. — Ripley
friccionou os dentes. — O que você tem que fazer é arrancar o parasita da pele,
jogá-lo no chão e pisar nele até que vire uma polpa esmagada agitando-se e
tremendo.
— Que imagem linda! — Sentada na escrivaninha, Mia recostou-se e
analisou as duas amigas. — Não tenho a intenção de chutar o traseiro de Sam,
nem de ignorá-lo. Ele assinou um contrato de aluguel do chalé comigo, por seis
meses, e isso me transforma em sua senhoria.
— Você podia mandar cortar a água quente dele — sugeriu Ripley.
— Isso é completamente infantil! — Os lábios de Mia tentavam evitar
um sorriso. — Embora reconheça que o resultado pudesse ser satisfatório para
mim, não pretendo armar vinganças tolas. E se estivesse realmente disposta a
fazer isso, iria mandar cortar a água toda de uma vez. Por que privá-lo apenas
da água quente? Porém... — continuou ela, rindo ao ver que Ripley estava dando
uma gostosa gargalhada — ele é meu inquilino, e isso significa que tem todo o
direito de usufruir dos itens especificados no contrato. Negócio é negócio, e
nada mais.
— E por que cargas d’água ele está alugando uma casa aqui na ilha
durante seis meses? — Ripley quis saber.
— Obviamente, Sam está aqui para assumir os negócios da Pousada
Mágica pessoalmente.
Ele sempre adorara aquele hotel, Mia lembrou a si mesma. Ou pelo
menos era o que ela pensava. No entanto, abandonou o hotel de uma hora para a
outra, da mesma forma que a abandonara.
— Nós dois somos adultos — continuou ela. — Somos ambos donos de
estabelecimentos comerciais, e temos raízes aqui na ilha. Embora seja um
universo pequeno, imagino que nós dois vamos conseguir dirigir nossos negócios,
viver as nossas vidas e coexistir pacificamente, com um mínimo de atritos.
— Se você acredita realmente nisso — Ripley bufou —, está
completamente iludida.
— Não vou permitir que ele entre em minha vida novamente. — A voz
de Mia assumiu um tom firme. — E também não vou deixar minha vida ser
perturbada só porque ele está aqui. Sempre soube que ele voltaria.
Antes que Ripley tivesse a chance de falar novamente, Nell
lançou-lhe um olhar de cautela, e disse:
— Você está certa, Mia, é claro que está. E com a alta temporada se
aproximando, vocês dois vão estar atarefados demais para se colocarem um no
caminho do outro. Por que não vai lá em casa jantar conosco hoje à noite? Estou
testando uma nova receita, e poderia aproveitar a sua opinião.
— Você pode pedir a opinião do Zack. Não precisa me mimar nem me
consolar, irmãzinha.
— Então, por que nós três não tomamos um porre e metemos o pau nos
homens, de um modo geral? — Ripley propôs. — Isto é sempre divertido.
— Por mais atraente que a idéia seja, eu dispenso. Tenho um monte
de coisas para resolver em casa... se conseguir a façanha de terminar o meu
trabalho aqui.
— Ela quer que a gente dê o fora — Ripley explicou, olhando para
Nell.
— É, também percebi. — Nell suspirou. Era duro, pensou, querer
tanto ajudar uma pessoa e não saber como. — Tudo bem, Mia, mas se houver alguma
coisa de que você precise ou queira...
— Já sei... Estou bem, pessoal, e vou continuar assim.
34 Ela as acompanhou até a porta e a seguir se sentou. Ficou ali,
sentada, com as mãos no colo. Era autodefesa tentar se convencer de que
conseguiria trabalhar, ou fingir que seria possível atravessar aquele dia em
particular como se fosse outro qualquer.
Ela tinha todo o direito de ter raiva e chorar, de renegar o
passado e bater com os punhos no rosto do destino.
Mas não faria nada disso. Não tomaria essas atitudes fracas e inúteis.
Decidiu, no entanto, que iria para casa. Levantou-se, pegou sua bolsa e o
casaco leve que trouxera. Ao passar pela janela do escritório, viu Sam.
Ele acabara de sair de uma Ferrari preta estalando de nova, com seu
paletó escuro girando suavemente em torno do corpo. Sam sempre gostara de
brinquedos caros e brilhantes, pensou. Tinha trocado a calça jeans por um terno
elegante, e penteara os cabelos, embora a brisa já estivesse começando a
brincar com eles. Como os dedos dela haviam feito, um dia.
Estava carregando uma pasta e caminhava na direção da Pousada
Mágica, tipo o homem que sabia precisamente para onde ia e o que pretendia
fazer.
De repente, Sam virou-se para trás, levantando o olhar com mira
precisa, até o lugar exato onde ela o observava, da janela. Seus olhos
fixaram-se nos dela, e Mia sentiu um sobressalto interno, como um golpe de
calor que, antes, lhe teria derretido os joelhos.”
Obviamente magoada, zangada e muito,
muito confusa, Mia se recusa a aceitar seus sentimentos por Sam.
Mas acabara precisando
de seus poderes e da sua ajuda para enfrentar o mal que se aproxima. Na reta
final para tentar quebrar a maldição de séculos que está cada vez mais próxima,
eles deverão se esforçar e unirem-se para afastar a terrível e ameaçadora
escuridão.
Hoje, percebi que estamos nos mês do
Halloween e, sinceramente, não me toquei dessa escolha. Não foi proposital a
seleção dessa trilogia para homenagear Nora Roberts, na verdade, como já
mencionei, Entre o céu e a Terra foi o primeiro livro que li dessa feiticeira
literária.
Parece mesmo magia.
Vou ficando por aqui, torcendo para
que toda a magia, todo encantamento de carinho, saúde e paz envolvam todos
vocês. Até a próxima.
Beijos e Carpe Diem!
Tania Lima
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