Resenha dupla: O clube do livro do fim da vida pela @edobjetiva




O clube do livro do fim da vida

Autor
: Will Schwalbe 
Editora: Objetiva
Categoria: Biografia
Páginas: 296
Lançamento: 2013

saraivasubmarinotravessa


Sinopse:


"O que você está lendo?”. Esta é a pergunta que Will Schwalbe faz para a mãe, Mary Anne, na sala de espera do instituto do câncer Memorial Sloan-Kettering. Em 2007, ela retornou de uma viagem de ajuda humanitária ao Paquistão e ao Afeganistão doente. Meses depois, foi diagnosticada com um tipo avançado de câncer no pâncreas. Toda semana, durante dois anos, Will acompanha a mãe às sessões de quimioterapia. Nesses encontros, conversam um pouco sobre tudo, de coisas triviais como o café da máquina ao que, para eles, realmente importa: a vida e os livros que estão lendo. A lista vai do clássico ao popular, da poesia ao mistério, do fantástico ao espiritual. Eles compartilham suas esperanças e preocupações através dos livros prediletos. As conversas tornam-se um momento de profunda confiança e intimidade. Mãe e filho se redescobrem, falam de fé e coragem, de família e gratidão, além de serem constantemente lembrados do poder que os livros têm de nos reconfortar, surpreender, ensinar e dizer o que precisamos fazer com nossas vidas e com o mundo. Em O clube do livro do fim da vida, o autor faz uma declaração de amor à mãe, percorrendo a vida da corajosa e especial Mary Anne, a carreira nos anos 1960, o trabalho voluntário em países em guerra e, finalmente, o projeto de fundar uma biblioteca nômade no Afeganistão. Mesmo muito debilitada, ela não abre mão de fazer com que o tempo que lhe resta seja útil — para a família, os amigos ou uma criança necessitada do outro lado do mundo. Uma alegre e bem-humorada celebração da vida.





Alguém já ouviu ou leu algo sobre Mary Anne Schwalbe!? Não!? Sem problemas eu conto para vocês...


Ela foi uma das fundadores da Comissão Feminina de Refugiados, que percorre o mundo ajudando mulheres, crianças e adolescentes que foram afetados pela guerra e perseguição. Engana-se quem acredita que essa incrível mulher ficou apenas com a parte burocrática da coisa, ela viajou para vários desses campos ao redor do mundo(Afeganistão, Sudão, Tailândia).


Mary Anne também foi educadora, diretora de admissões em Harvard e Radcliffe, esposa, mãe e acima de tudo amiga. Em 2007 ela foi diagnostica com câncer no pâncreas, já em estado avançado... é a partir daí, e pelo ponto de vista de seu filho do meio Will, que vamos conhecer melhor a vida dela.

Quando me apresentaram O clube do livro do fim da vida, achei que fosse uma ficção triste, onde um filho acompanha  a mãe para sessões de quimioterapia e para melhorar as horas dentro do hospital acaba criando um clube do livro onde discutem a leitura e trocam experiencias.

Mas esse impressão não chegou nem perto do turbilhão de emoções que é esse livro; uma biografia que relata o passado e o "presente" de uma família unida pela paixão pelos livros e decidida em aproveitar cada momento que resta ao lado de sua base: uma mãe guerreira que mesmo debilitada lutou para realizar o sonho que criar a primeira biblioteca móvel no Afeganistão.

Will é um cara que trabalha como editor e que sua vida sempre esteve ligado com a leitura, fundar o clube do livro com sua mãe torna a rotina mais leve e um alento, que no futuro, servirá de valorizar recordação para Will.

"(...) Eles(os livros) nos lembraram que, onde quer que minha mãe e eu estivéssemos em nossas jornadas individuais, ainda podíamos compartilhar livros, e enquanto estivéssemos lendo esses livros não seríamos a pessoa doente e a pessoas saudável; seríamos apenas uma mãe e um filho adentrando em novos mundos juntos."
Durante essas horas, um aprende com o outro, compreende, e dá forças. Apesar da iminência da dor, juntos, eles avançam cada etapa. Como Will diz, pode ser que cronologicamente os fatos estejam errados, ou que as lembranças não sejam tão claras, mas isso não é relevante. Nada disso altera o conteúdo e a importância de cada acontecimento em sua vida. 

Desde as primeiras páginas já sabemos o que vai acontecer, o final não é nem um pouco feliz e a todo momento Will não nos deixa esquecer que todos os fatos narrados foram momentos de despedida. Ele tem medo de dizer que tem orgulho da mãe e que a ama mais que tudo achando que isso fará o fim chegar mais rápido e nós, leitores, prendemos a respiração todas as vezes que vemos a quantidade de dias "não tão bons" aumentando.

Uma história repleta de amor, superação, metas e bons livros... é um livro que fala de perda, da tristeza que é perder alguém a quem se ama muito e de uma forma lenta e dolorosa. Will, definitivamente, conseguiu transformar suas lembranças em algo belo e tocante. 

Na saída, um amigo cuja a esposa morrera de câncer anos antes disse a ela: "Isto deve ser exaustivo para você." E mamãe não respondeu sim nem não. Apenas sorriu e disse: "É minha última festa"

Beijinhos,
 & 

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