Resenha: 'Tempestade de Fogo' da @Intrinseca



Título: Tempestade de Fogo
Coleção: O Jovem Sherlock Holmes
Volume: 4
Páginas: 320
Ano da Edição: 2013
Editora: Intrínseca
Autor: Andrew Lane



SINOPSE:

“Sherlock está confuso. 
Amyus Crowe e Virginia sumiram e a casa deles está vazia, como se ninguém jamais tivesse morado lá. 
Para tentar resolver o mistério do desaparecimento dos dois, o garoto segue as pistas deixadas por seu mentor e acaba na Escócia, envolvido em um esquema muito perigoso. 
Em meio a sequestros e roubos de cadáveres, Sherlock precisa enfrentar um adversário com poderes muito além de sua habilidade dedutiva: um homem que se diz capaz de controlar os mortos. 
O jovem Sherlock Holmes já escapou da morte mais de uma vez, mas nessa missão os riscos são maiores do que nunca. 
Agora, ele terá que enfrentar as forças do inferno.”



                "Os pequenos detalhes são sempre os mais importantes."
 Sherlock Holmes

                Caros leitores, estamos aqui novamente, ávidos por escrever sobre esse novo livro de Andrew Lane nesta coleção que tem se tornado muito querida para mim.

                Como sabem, sou leitor antigo (!) das histórias originais de Sherlock Holmes, personagem criado pelo inglês Arthur Conan Doyle.

                Quando comecei a leitura desse volume, foi impossível não realizar um retrospecto mental dos três primeiros livros e perceber que o autor tem sido extremamente cuidadoso com o personagem, ainda que em sua versão adolescente; e ainda sobre esse retrospecto, o próprio autor nos auxilia nesse processo com seu texto narrativo relembrando os acontecimentos mais importantes nos últimos dois livros.

                Neste quarto volume, encontramos o jovem Holmes ainda mais solto e tendo que resolver problemas, sozinho ou com a ajuda do seu inseparável amigo, Matty Arnatt. 

Tudo começa quando ele descobre o motivo que levou a Sra. Eglantine até a mansão Holmes e segredos familiares vêm à tona. Vemos ali também uma referência muito sutil sobre os mórmons e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, tal qual na literatura clássica de Sherlock Holmes, no final da história, as peças se encaixam. Para quem se lembra (ou ainda não leu), os mórmons estão dentro da trama de “Um Estudo em Vermelho”, primeiro romance escrito por Doyle e onde Holmes é apresentado pela primeira vez.

                Logo depois, Sherlock descobre que seus amigos Amyus Crowe e Virginia desapareceram, e que provavelmente correm perigo. Caberá ao jovem Sherlock, seu amigo Matt e seu professor de violino Rufus Stone seguirem pistas deixadas por Amyus para desvendarem uma nova trama e encontrarem os dois amigos desaparecidos.

                Holmes amadurece a cada capítulo onde são apresentados novos traços de sua personalidade e psicologia. Percebemos também, em vários momentos do livro, seus questionamentos em relação à vida, amizades, posturas e escolhas que as pessoas fazem. Essas reflexões permearão toda a vida do nosso herói e formarão o caráter dele.

                “_ As pessoas acham que existe uma linha clara entre ações legais e ilegais – disse ele, baixinho. _ Acho que, se aprendi algo desde que vim para Farnham, foi que essa linha não existe. Há um monte de cinza entre o branco de uma ponta e o preto da outra. Só precisamos tomar cuidado com o lugar onde pisamos.”

                A história possui vários momentos de clímax o que prende ainda mais o leitor.

           Encontramos aspectos interessantes no amadurecimento do personagem, bem contextualizados dentro do enredo, como: o aprendizado e interesse sobre a maquiagem de teatro (caso deseje, veja as histórias originais: “O cão dos Baskerville” e “O caso do detetive agonizante”), o contínuo aprendizado e prática do violino, o hábito de ‘colecionar’ artigos de jornais e pesquisa de notícias em várias fontes, sua impaciência em relação ao tempo gasto em viagens longas devido aos meios de transportes limitados, seu fascínio por abelhas (lembram-se de Nuvem da Morte?) e o desejo em fazer do mundo em que se vive um lugar melhor.

                “_ Não gosto de mudanças – murmurou ele depois de um tempo. _ Gosto que tudo na minha vida permaneça do mesmo jeito, e preciso saber o lugar de cada coisa. Isso vale tanto para objetos quanto para pessoas.”

                De fato, Holmes se tornará não só o maior detetive de sua época, como também criará uma nova profissão, chamada de consultoria investigativa.

                Excelente também a parte de “Notas históricas” no fim do livro onde o autor relata algumas fontes de pesquisa e curiosidades sobre a trama e as escolhas que fez para a história.

                Excelente também a capa da edição.

               A edição pecou apenas na orelha da capa traseira do livro, onde aparece o endereço de uma página na internet que não está nada atualizada. Isso pode desmotivar o leitor que busca mais informações sobre a coleção ou o personagem.

                Espero que a editora Intrínseca publique logo o volume 05 que já foi lançado lá fora.

                Caso deseje conhecer mais sobre o personagem e as historias originais, sugiro o site www.sherlockbrasil.com

Abraços, Victor Assis

        Victor Assis é irmão da Math, colaborador do blog e quando pré-adolescente já lia as histórias de Sherlock Holmes e queria ser detetive particular quando crescesse.


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